Opinião
A arte do artista
Só quem estabelece o contato entende a urgência de fugir do comum.
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Ayla CedrazSempre me interessaram todos os aspectos da vida que, de algum modo, pareciam existir através de uma lente transformadora, extremo oposto à superfície, que se convenciona chamar de arte. Parece caber bem essa definição: a arte sendo, em algum nível, a expressão do anormal. Mais ainda sempre me interessaram as pessoas que pareciam enxergar o mundo através dessa lente e que não queriam, ou não podiam, livrar-se dessa condição. Pois é exatamente assim: o artista verdadeiro o é por necessidade.
A existência da arte é, sem dúvida, uma necessidade. E só quem estabelece o contato entende a urgência de fugir do comum; dos acontecimentos repetidos, da ausência de emoções. Nós precisamos acordar da linha reta em que a vida parece sempre tender a se tornar.
A necessidade da arte pode ser ilustrada com a seguinte cena, saída de uma de suas manifestações: alguém que escuta uma música. A graça de escutar é a essência da música, sem que nisso haja qualquer finalidade óbvia. Uma música não existe para terminar, e não há um valor inerente ao seu fim, como parecem ser as inúmeras tarefas da vida comum. A música é boa porque acontece, simplesmente existe e nos toca. A arte, em geral, é assim. Também não poderia ser a vida?
Ayla Cedraz estuda Letras Vernáculas e Inglês na Universidade Federal da Bahia. Escreve às segundas, a cada três semanas. jornalismo@destaque1.com
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